sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Debaixo do Tamarindo

No tempo de meu pai, sob estes galhos,
Como uma vela fúnebre de cera,
Chorei bilhões de vezes com canseira
De inexorabilíssimos trabalhos!

Hoje, esta árvore de amplos agasalhos,
Guarda como uma caixa derradeira,
O passado da Flora Brasileira
E a paleontologia dos carvalhos!

Quando pararem todos os relógios
De minha vida, e a voz dos necrológios
Gritar nos noticiários que eu morri,

Voltando á pátria da homogeneidade,
Abraçada com a própria eternidade
A minha sombra há de ficar aqui!


Augusto do Anjos

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