O museu Craft and Folk Art (CAFAM), localizado em Wilshire,
a leste de Beverly Hills e ao sul de Hollywood, em Los Angeles, promove
exposições destinadas à arte popular e ao artesanato. De setembro de 2012 a
Janeiro de 2013, exibe a LA Skin & Ink, que, segundo a curadoria do museu,
explora o papel da tatuagem de Los Angeles no que chamam de “Renascença da
tatuagem” nos últimos 60 anos.
De acordo com Sasha Ali, responsável pela mostra, “Los
Angeles foi fundamental para o desenvolvimento da tatuagem entre as décadas de
1950 e 1980, considerado o período de renascimento nos Estados Unidos e, por
contágio, em outras partes do mundo ocidental”. A exibição vai desde a base
tradicional da tatuagem, restrita aos militares e “foras da lei” até sua
transformação em uma forma de arte distinta, adotada pela cultura contemporânea.Por meio de desenhos, flashes (as folhas com séries de
desenhos para comercialização), fotografias e equipamentos diversos (como as
primeiras “máquinas” de tatuagem feitas nas prisões, usando cordas de violão
como agulhas), a exposição busca ressaltar o importante papel de Los Angeles,
abrigando artistas lendários, ao estabelecer uma relação estreita entre
tatuagem e Belas Artes. Isso se deu pela localização da Cidade dos Anjos, na
orla do Oceano Pacífico, com acesso para outros grandes portos, como o asiático
– Don Ed Hardy, por exemplo, foi o primeiro tatuador a viajar para o Japão a
fim de aprender a técnica japonesa tradicional.
A introdução da estética japonesa em desenhos para o público
norte-americano, por Hardy, é considerada uma das mais importantes inovações na
tatuagem da segunda metade do século XX. Posteriormente, Leo Zulueta, aprendiz
filipino-americano de Hardy, foi responsável pelo desenvolvimento do estilo
tribal, encorajado por Ed Hardy a estudar os desenhos nas peles indígenas de Borneo
e do Pacífico Sul.
Outro estilo nascido nas ruas de Los Angeles é o black and
grey (“preto e cinza”), com traços finos, que lembravam as tatuagens feitas
dentro das prisões e que identifica, até os dias de hoje, os “chicanos”.
Surgido nos anos 1970, evoluiu a ponto de tornar possível o realismo na pele,
com o objetivo de reproduzir fotografias com fidelidade. Seus precursores foram
Jack Rudy e Freddy Negrete.
Além dos nomes mencionados anteriormente, estão expostos
ainda trabalhos de Bert Grimm, Bob Shaw, Cliff Raven, Jill Jordan, Charlie
Cartwright, Estevan Oriol, Mr. Cartoon, Edgar Hoill, Lucky Bastard, Zulu,
Carlos Torres, Sergio Sanchez, Shawn Barber, Camila Rocha, Sean Cheetham, entre
outros mais.
No evento de abertura da mostra, em vez dos ingressos (cujo
preço varia de cinco a sete dólares), para entrar, era necessário apenas
mostrar sua tatuagem! No encerramento, dia 06 de janeiro, houve ainda uma
sessão de leitura de poesias, chamada “Poetry Like a Tattoo” (“Poesia como uma
tatuagem”).
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